5.5.15

Para celebrar o Dia Internacional da Língua Portuguesa, Vasco Palmeirim convidou os D.A.M.A para se juntarem a ele numa nova versão de "Às Vezes". Passou a ser "Às Vezes (Escuto e Observo Erros de Português)"


Refrão
Às vezes, oiço cada coisa e não fico OK
Às vezes, leio português que não está bem
Ninguém faz de propósito, eu sei
Mas acontece tantas vezes
– Ai, Jesus, minha mãe

Sei que, às vezes, eu pareço zangado
Mas isto faz-me ficar preocupado
Não quero ver nossa língua
Neste estado
O português anda a ser tão maltratado

Quando há faltas para amarelo
Entradas em pé em riste
Gente que em vez de «estiveste»
Pergunta «onde é que tu “estives-te”»
Às vezes, é deixar o hífen bem sossegado
E não pôr uma vírgula
Entre sujeito e predicado

Eu não sou perfeito, não sou uma Edite Estrela
Mas sei que não se pede uma “sande de mortandela”
Passam horas, dias, choro: fico muito triste
Quando “houveram novidades", porque isso não existe

São raros os casos de plural do verbo haver
E são muitos os que compram um automóvel num “stander”
E isto não são histórias tipo “era uma vez”
Isto é o que se passa com o nosso português

Refrão

Se eu tivesse poderes,
Homens e mulheres não diziam «quaisqueres»
Eu sei que é difícil distinguir o “à” do “há”
Para onde é o acento? Qual deles leva o “h”? Oh, mãe!

E acredita, rapaz – que toda a gente é capaz
De não escrever um “z” na palavra “ananás”
E era maravilha – ver “você” sem cedilha
E que ninguém dissesse há muitos anos atrás

Aquilo que eu quero como tu muito bem vês
Sendo muito sincero quero bom português
E tenho a certeza que toda a gente consegue
Se até o JJ sabe dizer Lopetegui

Refrão

"Há-des" – isto assim não está bem
Salchicha – isto assim não está bem
Devia de haver – isto assim não está bem
E dizer tu fizestes também não está bem

Refrão

E já agora não digas “quero/mólhos/ para as batatas”
Porque também não está bem
É /môlhos/

Os /mólhos/ é de chaves e /mólhos/ é de brócolos